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Astronomia Política na Primeira República: Entre Eclipses e Cometas

 

As charges ao usar a astronomia como recurso de crítica do contexto sócio-político,  desenham a dimensão que as ciências ocupam no contexto social de uma época. A linguagem humorística desta exposição buscou na história um retrato que a opinião pública faz da produção científica.

 

No Observatório Nacional, do início do século XX, a astronomia cumpria atribuições de política pública, participando de missões como a demarcação de fronteiras, a instalação das linhas telegráficas país afora, a demarcação de Brasília, a instalação do serviço da Hora Legal e das previsões meteorológicas. Foi também um período da ocorrência de importantes efemérides astronômicas, como a passagem do Cometa Halley e o acontecimento de vários eclipses, com destaque para o eclipse solar observado em Sobral (CE), em 1919. Luiz Cruls e Henrique Morize, diretores do Observatório Nacional entre 1881-1908 e 1908-1929, respectivamente, promoveram intensa divulgação da astronomia.

Ao mesmo tempo, a instabilidade político-econômica das primeiras décadas da República, conhecida como a política café com leite, instituída pelos governos de Campos Sales, Rodrigues Alves, Afonso Penna, Nilo Peçanha, Marechal Hermes da Fonseca, foi alvo de chargistas. Eclipses e cometas serviram para abordar criticamente questões relativas à cena política brasileira da época, como eleições presidenciais, política orçamentária, diplomacia, além de costumes e padrões de comportamento.

 

A mostra expositiva parte da seleção de charges publicadas em diferentes edições da revista ilustrada O Malho, onde aparecem o então diretor do Observatório Nacional, práticas e termos astronômicos e instrumentos científicos. Os chargistas desta publicação foram reconhecidos personagens da história do gênero jornalístico no Brasil.

Ao destacar a inserção da Astronomia na sociedade e sua valorização pelos meios de comunicação, retratada nesta exposição, o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) homenageia o Observatório Nacional (ON) pelos seus 190 anos e também a atuação sempre ativa da comunidade científica brasileira.

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